Impacto do COVID-19 – Coronavirus no Turismo

Já todos sabemos que a economia sofre e irá sofrer, e muito, em todas as áreas e durante talvez muito tempo.

Ninguém ainda sabe o quanto e até quando, pois não se consegue adivinhar qual a real propagação do Virus e o tempo que a pandemia irá estar entre nós.

Uma coisa é certa, os países que têm no Turismo uma indústria importante, serão extremamente afetados, podendo levar a problemas cujas consequências não se consegue, nesta fase, imaginar.

O Turismo e o Coronavirus – COVID-19

Impacto do COVID-19 - Coronavirus no Turismo
Turismo e o coronavirus covid-19

O Turismo é uma indústria com características específicas que importa lembrar:

1 – O Turismo mexe com muitas atividades e com muitas pequenas empresas.

Um turista que entra num país vai usar transportes (companhias aéreas, táxis, UBER, autocarros, metro, rent-a-car, etc), vai dormir (hoteis, AL, campismo, etc), vai comer (restaurantes, supermercados, etc), vai comprar souvenirs, vai sair á noite, vai comprar passeios turísticos, vai visitar museus e monumentos, etc.

Todas estas pessoas e empresas beneficiam diretamente do setor, para não falar de todos os que de forma indireta acabam também por beneficiar do dinheiro da indústria do Turismo (Imobiliário e Construção, Automóvel, Agricultura, etc).

Se compararmos por exemplo com outras indústrias, como por exemplo a indústria automóvel, a produção de um carro beneficia as empresas de componentes (que na maior parte das vezes até estão fora do pais de produção do carro (China, por exemplo) e a própria marca, seus funcionários e acionistas.

É fácil entender que o Turismo distribui riqueza de forma mais variada e até justa, em especial para todas as micro empresas e empresários individuais.

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2 – O Turismo não funciona online.

O turista tem de se deslocar fisicamente ao país que visita para que se gere uma fonte de receita, naquele país, naquela indústria, e claro, nas empresas ligadas ao sector.

No caso de uma pandemia ninguém viaja, logo não há forma nenhuma de obtenção de receitas desta indústria, até porque não sendo considerada uma atividade de primeira necessidade para a sobrevivência das pessoas, é logo uma das primeiras áreas afetadas.

No caso de uma pandemia em que as pessoas não se podem deslocar, não há forma de vender os serviços de Turismo ao contrário de outras atividades que conseguem fazer entregas de serviços online ou por estafetas.

3 – É uma indústria cujos investimentos são elevados.

Se olharmos para a maior parte das empresas ligadas ao turismo, sejam as companhias aéreas, os hoteis, os ALs, as lojas de Souvenirs, ou as empresas de serviços de passeios ou restauração, todas têm investimentos pesados.

Quanto custa uma frota de aviões e a sua manutenção?

Quanto custa uma frota de carros de uma rent-a-car?

Quanto custa um hotel no centro de uma cidade?

Quanto custa um AL numa zona turística?

Quanto custa um aluguer de uma loja de souvenirs, ou de um restaurante ou bar numa zona turística?

Além disso, há que ter empregados, pois mesmo que existam alguns serviços que funcionem por internet, a maior parte destes serviços obrigam a que hajam equipas, algumas delas em horários rotativos e alargados, o que implica mais funcionários e mais custos.

Feitas as contas, é uma indústria que tem custos fixos muito elevados, seja pelo património imobilizado, seja pelos custos com pessoal.

O Turismo em 2020

Com a Pandemia COVID-19 em plena expansão na Europa, é certo que a Indústria está em perigo de sobrevivência, pois com todos os custos e sem receitas, todas as empresas (desde as micro, até ás grandes multinacionais) correm sérios riscos de fechar.

E em países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia, que ainda agora se estavam a refazer da crise de 2012, estamos a falar possivelmente de uma crise que arrastaria a economia destes países que muito depende do setor do Turismo para um buraco nunca antes visto.

Fazendo uma previsão (nesta altura qualquer previsão vale de pouco) de que pelo menos até Junho o Turismo tenha quedas acima de 50% estamos a falar de meio ano em que a maior parte das empresas não terá capacidade para pagar contas, pois a maior parte delas não tem como fazer face aos custos fixos, que como já vimos, são enormes.

Mas a coisa pode ser pior, isso pode-se arrastar até depois do verão, aí então estamos a falar de um ano inteiro com uma queda de 90% ou mais de receitas, mas com a manutenção da maioria dos custos e encargos.

Imagine uma família, em que marido e mulher, cada um com o seu emprego e salário fixo, de repente ganhassem apenas 10% do salário. Como podem sobreviver? Esta pode ser a realidade das empresas do Setor do Turismo.

É isto mesmo que poderá acontecer a muitas das empresas do setor do Turismo!

Agora imaginem que 60% ou 70% destas micro e pequenas empresas entrem em falência.

Qual o impacto que isso teria na economia de um país como Portugal?

Quantas pessoas que ao invés de contribuirem com impostos e riqueza para o país, fossem apenas mais um encargo para a Segurança Social?

E a maior parte dos empresários em nome individual nem proteção e condições justas em caso de desemprego têm!

E sem todas estas empresas, como poderia Portugal e outros países do sul da Europa continuar a ter a mesma oferta Turística?

Para se receber o Turista há que haver camas suficientes, transportes, restaurantes, etc. Se não existe oferta, mesmo que exista procura, ela não pode ser satisfeita, logo, mesmo que a Pandemia termine se os países perderem uma boa parte das empresas que oferecem os serviços no setor, não poderão recuperar pois não têm forma de oferecer os serviços (sem a existências destas empresas que faliram) aos potenciais futuros turistas.

Piscina Natural na Ilha do Pico - Açores - imagem de myazoreshome.com
Piscina Natural na Ilha do Pico – Açores – imagem de myazoreshome.com

E depois da Pandemia?

Fazendo futurologia, que apenas disso se trata, pois ninguém sabe ainda o real alcance e quando e como isso irá terminar, existem várias cojitações possíveis:

1 – A pandemia COVID-19 termina antes do Verão:

As pessoas irão ainda a tempo de fazer férias de Verão, mas as dúvidas seriam:

a) As pessoas estando fartas de estar em quarentena, teriam grande uma vontade de viajar, o que provocaria um esgotamento de todos os destinos turísticos mais importantes, sendo que muitas empresas poderão não estar preparadas para em pouco tempo passar de total inatividade á sobre lotação, provocando um caos nos aeroportos, estabelecimentos de hotelaria, restauração, etc.

b) As pessoas tendo ainda medo, fariam apenas turismo nacional ou local, ou até preferindo adiar para 2021 as férias. Isso iria agudizar ainda mais todo o setor aumentando as falências e em 2021 o ponto acima aconteceria não no verão de 2020, mas no próximo verão de 2021.

c) As companhias aéreas como estão a facilitar a remarcação de voos e destinos sem penalizações e as plataformas de aluguer como Booking e AirBNB a facilitar os cancelamentos sem cobrar nada aos clientes, poderá acontecer que muitas pessoas desmarquem aproveitado a derrocada dos preços para remarcar pagando preços 50% ou menos do que seria normal.

Isto porque sendo que o tecido empresarial neste setor sendo muito dele, micro e pequenas empresas, vai acabar por entrar em guerra de preços entre si para poderem pelo menos pagar alguns custos, e a forma mais fácil é baixar preços.

O cliente, irá aproveitar-se disso para pagar muito menos pelo mesmo.

Caso a Pandemia termine ainda a tempo de haver férias este ano, é provável que se assista a muitos cancelamentos para remarcações aproveitando os grandes saldos que irão existir.

Estes saldos, como em todas as áreas não são bons, para além de retirar entrada de capital nas empresas, desvaloriza o próprio setor e o valor intríseco do produto (tomemos como exemplos 2 setores que entraram em guerras de saldos na altura da crise de 2012 e que hoje apenas vendem quando existem grandes descontos: vestuário e perfumaria. Hoje estas duas indústrias apenas vendem com desconto, e os seus produtos perderam valor).

d) E as empresas, que estão na sua maioria paradas? Irão deixar as pessoas tirar férias quando estiveram sem produzir meses a fio?

As empresas que estão e que irão ficar paradas, não se podem dar ao luxo de passando esta fase estarem mais um ou dois meses, sem funcionar em pleno, só porque os funcionários quiseram ir de férias.

2 – A Pandemia arrasta-se até depois do Verão:

Aí é simples, ou os Estados ajudam com medidas que não as que até agora têm sido publicadas, ou os países que dependem em boa parte do setor do turismo como alavanca económica, poderão entrar em banca rota até ao fim de 2020 ou primeiro semestre de 2021.

Esta é uma fase de medidas drásticas, não de medidas politicamente corretas.

Para os estados membros da União Europeia os próximos meses serão mais importantes para a sua sobrevivência do que foi ou será o Brexit.

Ou atuam de forma a proteger as especificidades de cada economia dos países que compoêm esta união, ou então cada país tem de tomar decisões para a sua própria sobrevivência, medidas estas que não serão, nem podem ser, politicamente corretas.

Uma coisa é certa, há que tomar decisões, e rapidamente.

E as que até agora no nosso Governo fez, não servem de NADA!

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